segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011



Maltas de Capoeira
Autor: Wilton Vieira dos Santo (Vagalume)

Oi no Rio de Janeiro
Oi no Rio de Janeiro
Pernambuco e velha Bahia
Pegaram os negros escravos, colega véi
A grande periferia
Vagando pela cidade
Oi então o negro ia
Oi pro portos e mercados
as feiras e ferrovias
Sem ninguém pra lhe ajudar, colega véi
E sem ter informação
Sem dinheiro pra gastar
Ai meu Deus as vezes sem ter o pão
Negro ia vadiar
Pra capoeira meu irmão
Falava alto o berimbau, colega véi
E o pandeiro acompanhava
Reco reco de mancinho
Ai meu Deus e o jogo começava
Rado de arraia
Na cabeçada e na rasteira
Os turistas vinham ver
E davam dinheiro ao capoeira
Mas o passado escravo
Oi fez o negro inferior
Sem condições de viver, colega véi
Marginal ele virou
Assaltando casas nobres
Foi mercenário sim senhor
Até se vestia de mulher
Para roubar seja quem for
Manhosos e traiçoeiros
Eram guanhamuns eram nagôs
Maltas do Rio de Janeiro
Foi verdadeiro terror
E nem mesmo a polícia
Podia nada fazer
Pois se ficassem frente a frente, colega véi
Era certo alguém morrer
A navalha afiada, faca envenenada
Bengala de lado e lenço no pescoço
Malandro de branco descia a ladeira
E o povo dizia
Vem o Capoeira
Mas isso tudo é passado
Hoje melhor posso entender
Se eu fosse daquele tempo
Eu também queria ser
Oi das Maltas da Capoeira
Oi ia ia, que lutaram pra viver

Maltas de Capoeira
Não existem mais
Mais o negro ainda luta por seus ideais

Maltas de Capoeira (coro)
Não existem mais (coro)

Êê malandro capoeira ficou para trás

Maltas de Capoeira (coro)
Não existem mais (coro)

Obrigado bom Deus, não somos marginais

Maltas de Capoeira (coro)
Não existem mais (coro)